domingo, 7 de fevereiro de 2010

> Migrei para o marcadeagua.blogs.sapo.pt

Caros amigos, vou deixar de editar este blog.
Criei um novo espaço de reflexão, que herdou o que vinha fazendo (posts) deste “velho” blog.
Podem agora encontrar-me no meu novo blog pessoal em http://marcadeagua.blogs.sapo.pt/
Os meus amigos do costume podem encontrar-me por lá, com o espírito de sempre.

Abraço do Armindo Pereira Mendes

> Editorial do EXPRESSO DE FELGUEIRAS de 5 de Fevereiro

100 dias

Quando este fim-de-semana chegar já estarão cumpridos os primeiros 100 dias de governação municipal da Nova Esperança.

Este número – 100 dias – é, na política, muitas vezes, olhado como o timing simbólico a partir do qual se faz uma análise do trabalho realizado por alguém a título individual ou colectivo nesse período.

Fala-se em 100 dias de governação, fala-se em 100 de presidência da República e também se pode e deve falar de 100 dias de um qualquer executivo municipal.

Dizem os políticos experimentados com quem tenho falado recentemente, nomeadamente alguns autarcas da região, que 100 dias são mais do que suficientes para se passar para se projectar na opinião pública os primeiros e decisivos sinais quanto à valia de uma determinada dinâmica autárquica, de uma determinada personalidade.

A questão que se coloca no caso de Felgueiras é se será justo fazê-lo já, porquanto, dirão alguns, haverá um conjunto de factores que, de alguma maneira, mais ou menos mitigada, poderão ter criado dificuldades acrescidas à equipa que assumiu o poder há pouco mais de três meses.

Reconheça-se que o actual executivo foi obrigado a gastar muito do seu tempo a inteirar-se das matérias, muitas das quais com grau de complexidade elevado.

Comungo da opinião daqueles que dizem não ser politicamente sério exigir-se ao novo poder que em tão pouco tempo faça tudo o que prometeu na campanha eleitoral, principalmente porque o cardápio de promessas era ambicioso.

Acresce que a pesada herança deixada pelo longo período de governação de Fátima Felgueiras também será factor atenuativo de alguma falta de chama.

Concluir-se-ia, assim - defenderão alguns - que esta data redonda dos 100 dias é demasiado apertada para ser base de uma leitura aprofundada quanto ao que se passou nos paços do concelho. Ora, se assim é, mantém-se o estado de graça da actual equipa?

Creio que sim, embora, já não com o fulgor de tempos recentes. Sinceramente, considero que essa áurea se tem esvanecido a um ritmo demasiado rápido, o que se deve a um certo desapontamento de muitos felgueirenses que esperavam um início de mandato mais afoito, mais afirmativo, nos domínios da acção, mas também do discurso, de quem lidera a autarquia.

Essa opinião é, aliás, comungada por pessoas insuspeitas, inclusive da área política do poder que vão sussurrando...

Na minha carreira profissional já assisti a outras viragens políticas em concelhos vizinhos como Paredes, Penafiel e Baião. Nesses, o ímpeto de mudança dos primeiros tempos – os tais 100 dias - foi mais vigoroso, mais assumido de forma inequívoca pelos novos autarcas.

Celso Ferreira, Alberto Santos ou José Luís Carneiro protagonizarem um conjunto de acções políticas que marcavam propositadamente uma ruptura com o passado e promoviam uma imagem de transformação nos métodos, nos estilos e nos propósitos. Todos perceberam então que muita coisa mudara.

Por cá, para surpresa de muitos e de mim próprio, a assunção dessa ruptura está longe de acontecer, apesar de alguns sinais tímidos nesse sentido na área da acção social.

Com o capital de prestígio conquistado nas eleições de 11 de Outubro, graças à surpresa eleitoral que cá se verificou, fazendo os holofotes do país apontarem para estas paragens, Felgueiras devia estar hoje na moda no plano da acção política, sendo observado como um exemplo de mudança política que se traduziu numa viragem substantiva de políticas.

Infelizmente, os dados conhecidos apontam para uma evidência: a tal viragem não se verificou de forma inequívoca, o que - creio - se deveu a uma surpreendente incapacidade do executivo no que toca ao lançamento de políticas, acções inovadoras e projectos âncora que fizessem claramente a diferença face ao passado, justificando o imediato reconhecimento do eleitorado e a atenção dos diferentes poderes regional e nacional.

Também a recente vinda a Felgueiras de deputados de segunda linha do partido que governa o município deixa no ar a ideia de que, ao contrário do que aconteceu no passado, quando se era oposição, nestas paragens tem faltado força para justificar da nomenclatura laranja nacional uma atenção maior.

O orçamento municipal para 2010 é, por outro lado, o sinal mais emblemático de que pouco mudou face ao passado recente.

Também nestes 100 dias ficaram por cumprir duas medidas que foram bandeira eleitoral e que constavam do manifesto eleitoral da NE: o gabinete de apoio ao investimento e o gabinete de apoio às freguesias, ambos - prometia-se - com quadros técnicos e políticos de reconhecido mérito.

A constituição desses gabinetes teria sido uma mensagem de confiança muito forte para o eleitorado e por isso um sinal de esperança num concelho com tantos problemas.

Esses gabinetes - note-se - poderiam assumir-se como elementos diferenciadores e, acima de tudo, garantes de que esta câmara tinha uma rumo claro, que estava decidida a governar em moldes mais sustentados e programados, que alavancassem Felgueiras para o pelotão da frente no Vale do Sousa.

Apesar de tudo, como é óbvio, por se estar ainda no início do mandato, há ainda tempo para esta câmara arrepiar caminho, assumindo o papel de lhe cabe no desenvolvimento do concelho. Foi para isso que uma grande maioria de felgueirenses confiou, naquele dia histórico de 11 de Outubro de 2009, o voto a quem hoje governa.

Estancar sinais precoces de desgaste

Esses não devem em circunstância alguma enveredar por tiques de sobranceria de um certo poder do passado recente que o povo, com sabedoria de gente humilde, séria e trabalhadora, castigou nas urnas.

Os que foram eleitos sabem que não podem defraudar quem neles confiou. Sabem que têm de arregaçar as mangas, serem ambiciosos nos propósitos e mostrarem aquilo que valem, para, enquanto há tempo, estancarem o desgaste que já se vai adivinhando, sobretudo porque muitos felgueirenses, uns mais anónimos do que outros, nas freguesias, nos clubes, nas associações, nas escolas, em casa olhando as facturas da água e do lixo, não hão-de demorar muito tempo para cobrarem as promessas da Nova Esperança, obviamente se estas não forem cumpridas.

Mas, porque o tempo passa demasiado depressa e as próximas eleições são já “amanhã”, também se adivinha o regresso paulatino ao combate político de alguns pesos pesados da política felgueirense, porventura atraídos e animados por sinais de alguma fragilidade do adversário.

Se assim for, ficará mais rico o combate político em Felgueiras, cabendo à oposição o papel de fiscalização da maioria absoluta da NE e aos órgãos de comunicação social “ousarem” ser plurais, para bem da democracia e para que, daqui por quatro anos, atento o desempenho dos diferentes contendores do xadrez partidário, o povo volte a dar o seu sábio veredicto.

domingo, 31 de janeiro de 2010

> E que bom que é

Incomoda-me um determinado tipo de pessoas que se julgam possuidoras de uma qualquer prerrogativa que, apesar de não ter fundamento, faz delas “especiais”, uma espécie de predestinados.
Todos conhecemos gente assim, até porque percebemos que é gente que usa e abusa desses subterfúgios para se ir evidenciando e disfarçando não raras vezes as suas fragilidades.

Todos conhecemos os que, de meios sorrisos ou sorrisos escancarados - existem para todos os gostos -, se vão pendurando neste ou naquele mais inocente, para, qual degrau, ir subindo uma certa escadaria.

Na sociedade humana, mesmo na menos sofisticada ou em meios pequenos como o nosso, sempre assim foi e, obviamente, sempre assim será, cabendo a cada um de nós lidar da melhor forma possível com esse tipo de gente.

Muitos desses, quiçá escondidos naquela esquina que julgávamos conhecer, acabam até por levar a água ao seu moinho, ora por força das mil e uma artimanhas, ora, em consequência de uma certa “estrela” com que terão nascido, exorcizando como nunca uma certa sociedade que, sabe-se lá por que razão, vai fechando os olhos a uma certa mediocridade.

Esses, de ambição desmedida, no trabalho e noutras tantas coisas, quando chegam lá cima, são os piores, são os mais sobranceiros, porque, portadores de inseguranças tais, outra solução não têm para se perpetuarem num certo poder do que persistirem nos comportamentos egoístas e hipócritas.

Desagradam-me também os que na vida se evidenciam à custa de tudo, menos das valias pessoais ou profissionais.

Prefiro os que, na sua vida pessoal ou profissional, se esmeram diariamente para serem melhores.

Não simplesmente melhores do que os outros, numa óptica competitiva, mas melhores a cada dia que passa para alcançarem os seus objectivos de vida de forma justa e honrosa.

Reconhecer o mérito aos competentes, aos que merecem, aos que, com esforço, tanto lutaram por um determinado objectivo, é um elementar acto de justiça. Esse é um valor que se vai perdendo na nossa sociedade de memória tão curta.

Os comportamentos que não honram este princípio básico são merecedores do meu profundo desprezo, porque os seus autores, sejam eles quais forem, mais ou menos letrados, evidenciam não ter estatura moral.

Acredito que, diariamente, cada um de nós, por entre tantas vicissitudes, deve prosseguir as suas vidas com base nos princípios morais que os nossos pais nos transmitiram, assentes, acima de tudo, no respeito pelo nosso próximo, vendo nele alguém como nós. Se o fizermos, acredito que seremos porventura menos poderosos, menos endinheirados, mas, não tenho dúvidas, mais realizados, pessoal e profissionalmente.

Se assim formos, seremos diferentes do tais, de mil subterfúgios, que, cabisbaixos nas suas inseguranças, perdem tanto tempo a ver fantasmas em tudo o que mexe.

Assim, creio profundamente que teremos mais tempo para sermos verdadeiramente felizes junto dos que amamos, lendo um bom livro, ouvindo uma boa música ou, simplesmente, desfrutando de uma tertúlia com um grupo de familiares e bons amigos à mesa do jantar.

E que bom que é…

> Dourado, o rio majestoso

O tom dourado deste magnífico curso de água faz jus ao epíteto: Rio de Ouro.
Sim, é o Rio Douro, por mim fotografado na tarde deste domingo, 31 de Janeiro, do alto da Ponte da Ermida, entre Baião e Resende.

Já não era uma primeira vez que via o rio Douro Quente Com este tom, Conferido pelos sedimentos que, em dias chuvosos, transporta de Trás-os-Montes.

Foi esta cor que lhe deu o nome, esta cor tão quente e tão contrastante com o verde enérgico que o Rodeia, quando invadem as nossas paragens.

Sim é majestoso, é o nosso Douro, um símbolo da nossa região, o rio de que nos devemos orgulhar, ora verde, ora azul, ora dourado.

domingo, 24 de janeiro de 2010

> Um bálsamo para a alma!



Mais calmo, muito mais calmo. Uma delícia para os ouvidos, um bálsamo para a alma, pelo menos para a minha.

Que pena Yanni, o compositor grego desta linha melodia, não ser merecedor, no nosso país, do reconhecimento devido.

Mas os que gostam da sua música podem procurá-la, porque, meus amigos, vale mesmo a pena.

> Moments in Love

Moments in Love, dos Art of Noise é um daqueles temas musicais que considero muito especiais.

Remonta aos "velhos" anos 80 do passado século, quando eu, adolescente, nascia para este estilo musical.

Recordo as noites de Verão em que, na varanda da casa dos meus pais, sentado, de calções numa velha cadeira de praia, ia-me deliciando com esta sonoridade tão insinuante, mergulhado nos amores de então.

O equipamento de som era de fraca qualidade, oriundo de uma cassete, mas o que interessava era um que soava música, ritmada, ao som dos grilos e das cigarras.
Conheço muitas versões para esta música. Esta é apenas uma entre outras que poderia recordar agora.

Fechem os olhos ... Espero que gostem. É diferente, muito calorosa ...

Obrigado pelo reconhecimento

Há dias em que tudo parece correr mal e outros em que, de repente, acontece algo especial.

Felizmente, para mim, a semana que agora termina foi uma dessas fases de altos e baixos.

Enfrentando diariamente, na minha empresa, as dificuldades que esta crise económica tem imposto, a par de imprevistas deslembranças de uns quantos ingratos, eis que algo de muito bom acontece no plano profissional.

Permitam-me esta inconfidência: Fui convidado para reforçar o meu vínculo à Agência Lusa, a qual, através da sua direcção nacional de informação, me desafiou, por estes dias, para assumir o estatuto de correspondente para todo o Porto Interior.
Significa isto que, para além do Vale do Sousa, onde já era correspondente, passei a ser o jornalista da Lusa para o Baixo Tâmega, nomeadamente nos concelhos de Amarante, Marco, Baião, Cinfães e Resende.

Este é, sem dúvida, um desafio muito exigente, mas que procurarei corresponder com profissionalismo e com o empenho habitual naquilo que faço.

Foi gratificante este convite, porque significa que o meu trabalho na Lusa tem correspondido de forma positiva aos que na agência têm apostado em mim.

À minha família e aos meus amigos sinceros - poucos, mas bons (eles sabem de quem estou a falar) - o meu reconhecido agradecimento pelo incentivo que sempre me manifestaram.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

>> Neste cantinho, um som quente

Num cantinho calmo, ao fim de um dia tão cinzento e frio, sabe bem ouvir "coisas" lindas, quentes, como esta, de Vangelis.
Fazê-lo faz-nos acreditar sempre no amanhã, que vale sempre a pena sermos iguais a nós próprios, à espera de novos amanheceres.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

>> Vencer o joio de uma certa incoerência

Às vezes, dou comigo a pensar.

Nos tempos que correm, nesta sociedade tão cheia de desigualdades e repleta de egoísmos, tão refém de hipocrisias, as emoções que todos trazemos no peito dos afectos requerem atenção redobrada, sob pena de sucumbirmos.
Em cada esquina, por mais recôndita que seja, há que estar atentos, muito atentos a todos os oportunismos, porque estes são terríveis, quando desmascarados, ainda que anos a fio a praticá-los, ante uma certa inocência.

Cuidado com todos quantos, armados de memória enviesada, outrora fracos, hoje porventura julgando-se fortes, agem com desfaçatez, deambulando pelos corredores, julgando-se maiores do que aquilo que efectivamente são.

Quem de nós já não observou comportamentos de gente que julgávamos conhecer. Comportamentos que não conferem com a matriz da personalidade da dita pessoa, outrora inquilina da nossa consideração.

Alguém há dias me dizia: Os lobos com pele de cordeiro são temíveis, porque sorrateiros, mas também os mais facilmente descartados do seu disfarce.

Manda o bom senso e uma certa utopia: pacientes, mas atentos, cada um de nós, mais vale cerrarmos os punhos do querer e ousarmos acreditar que o trigo da coerência há-de vencer o joio da deslembrança desta sociedade em que todos sobrevivemos.

>> Decisões muito custosas!

Confrontados com um determinado pedido, enfrentamos um daqueles momentos na vida em que, incontornavelmente, temos de tomar decisões muito difíceis, porque antes dessas vários factores, até contraditórios, colidem violentamente entre si.

É muito complicado avaliar os prós e os contras de um SIM ou de um NÃO. Como é difícil quando elementos de ponderação de carácter emocional e racional chocam frontalmente.

Uns impelem-nos num determinado sentido, impelem-nos no sentido de levar em conta o peso das relações humanas, como amizades e cumplicidades com tantos anos, tão profundas, que abalam os nossos sentimentos.

Outros, todavia, mais racionais, atentam a factos concretos, obrigam-nos a ponderar de forma mais fria os contextos das decisões, porque, em última instância estão em causa princípios que consideramos inabaláveis, face a silêncios, omissões e evasões que não esperávamos.

Nos dois pratos da balança das emoções, o equilíbrio dificulta a decisão, mas os incidentes recentes, porque tão dolorosos e decepcionantes, determinaram uma opção mais fria - darmos um NÃO a alguém que julgámos no passado recente um amigo sincero, e por isso custosa, muito custosa!

Fica um travo amargo, lá isso fica.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Rodrigo Leão - "Solitude"

> Editorial do EXPRESSO DE FELGUEIRAS de 15 Jan 2010

Ecos da Assembleia Municipal


A sessão da AM, a primeira deste no mandato autárquico, se exceptuarmos a realizada com o propósito de eleger a mesa, ficou marcada por vários pontos favoráveis para a Nova Esperança, mas também outros que não correram de feição à maioria.
Havia uma grande expectativa face à prestação dos novos governantes, mas também das bancadas da oposição onde se estrearam alguns novos protagonistas.

a) O presidente da Câmara, Inácio Ribeiro, surpreendeu os deputados ao adoptar uma postura sóbria, num tom moderado. No início da sessão, quando a oposição foi mais contundente nas críticas, acabou por não “embarcar” na onda, preferindo esclarecer, à sua maneira, os deputados numa fase posterior quando os ânimos estavam menos exacerbados. Nesse período manifestou-se seguro e procurou esclarecer o plenário, ainda que sem a clareza que alguns reclamavam, as opções políticas da Nova Esperança. Ao adoptar este estilo, Inácio Ribeiro marcou uma viragem no plano da forma, para melhor, quanto ao que estávamos habituados com o tom crispado, apesar de eloquente, com que a sua antecessora, Fátima Felgueiras, quase sempre respondia aos deputados da oposição.
Por isso, nota positiva para Inácio Ribeiro no plano da forma.

b) Já no plano dos conteúdos, a prestação de Inácio Ribeiro não desiludiu, mas podia e devia ter sido mais bem conseguida, sobretudo porque nem sempre conseguiu responder de forma clara às várias questões dos deputados da oposição, nomeadamente quando foi confrontado com a acusação de que o orçamento é demasiado parecido com o do ano passado, bem como em relação ao actual momento financeiro da autarquia. Já quanto à opção do executivo de acabar com a tarifa de conservação da água, Inácio Ribeiro não potenciou perante o plenário o capital político que poderia advir dessa decisão. Outros tê-lo-iam feito, com certeza.
Em nome da transparência, um presidente de câmara, sobretudo quando se está há tão pouco tempo no poder, tem o dever de esclarecer os deputados sobre tão importantes matérias. Ao não fazê-lo de forma tão profunda quanto era expectável, se por opção estratégica ou inabilidade política, Inácio Ribeiro acabou por não reproduzir a determinação que alguns dizem caracterizá-lo, transparecendo alguma inexperiência.

c) O presidente da Câmara anunciou aos deputados que o seu executivo não vai lançar este ano a derrama, um imposto municipal que afectaria os empresários do concelho.
Ao fazê-lo, a nova câmara dá um sinal de preocupação face asa dificuldades por que passam muitas empresas no sector.
No plano das famílias, Inácio Ribeiro adiantou que já no próximo ano lectivo a autarquia vai garantir livros escolares gratuitos a todos os alunos do primeiro ciclo, cumprindo assim uma promessa eleitoral.

d) Ficou muito mal à maioria da Nova Esperança ter chumbado a proposta do Movimento Sempre Presente para constituição de um grupo de trabalho para a análise do preço da água em Felgueiras. Esta decisão política da nova maioria surpreendeu, porque não revelou o espírito de abertura e transparência que tanto se propalou durante a campanha. Ser-se tolerante no plano político manifesta-se nos actos, não apenas nos discursos para as multidões.
Argumentar-se que esse estudo já está a ser feito pela autarquia é demagogia, porque se sabe que se o trabalho fosse feito com representantes de todos os partidos seria inequivocamente mais plural e por isso credível.

e) O presidente da Assembleia Municipal, Paulo Rebelo, que se estreou nestas funções, também esteve em plano positivo, porque conduziu os trabalhos de forma distendida, porventura até em demasia. Já estávamos todos cansados do estilo do anterior presidente, Orlando Sousa, que fazia uma interpretação demasiado rígida do regimento e não raras vezes conduzia os trabalhos com alguma parcimónia para com Fátima Felgueiras, o que raramente acontecia para com a oposição, criando desequilíbrios geradores de atritos. Ao invés, o estilo de Paulo Rebelo, em determinados momentos demasiado benévolo na interpretação do regimento, propiciou a discussão política dos deputados, inclusive os da oposição, e isso deve ser aplaudido com ênfase.
Espera-se, contudo, que na próxima sessão, com o acordo prévio de todos os grupos parlamentares, se encontre um meio termo entre o que eram as sessões da AM no tempo de Orlando Sousa, demasiado seguidistas do regimento, e a que ocorreu dia 30, que se prolongou para além do que era razoável.
Louve-se também o facto de, por iniciativa de Paulo Rebelo, os jornalistas terem contado com condições de trabalho, o que não acontecia no passado.

f) A oposição teve dois registos distintos nesta AM. Do lado do PS, percebeu-se que havia trabalho de casa, que as críticas eram sustentadas e tinham um fio condutor. Não se percebeu foi a linguagem demasiado contundente, sobretudo por Inácio Lemos, que acabou por tirar algum brilho a intervenções bem gizadas no plano político.
Já do lado do MSP, verificou-se uma linha igualmente crítica, mais mais moderada, com Lemos Martins, contrastando com o lhe tínhamos visto no anterior mandato, a protagonizar intervenções assertivas em vários planos, mas sempre num registo construtivo, o que tem que se louvar.
g) Já do lado da bancada da Nova Esperança, notou-se alguma dificuldade em defender, de forma sustentada, algumas opções políticas do executivo que ajuda a suportar.
Ficou-se com a imagem de algum improviso quanto à defesa no momento em que a oposição acusava o executivo de ter preparado um orçamento para 2010 decalcado do que Fátima Felgueiras apresentou o ano passado.
Alírio Costa, o líder, podia e devia ser mais afirmativo na sustentação das teses do poder, especificando com mais afinco números e outros elementos, em vez de se refugiar em lugares-comuns. Já José Mendes, quando na oposição sempre tão minucioso nas críticas aos orçamentos, agora, do lado do poder, revelou algumas dificuldades em explicar o porquê deste orçamento ser, afinal, tão parecido com o anterior.
Do lado do CDS, representado na bancada da maioria por Rui Sousa, apesar das importância das matérias em análise pelo plenário, não se ouviu qualquer intervenção, o que não deixa de constituir algo surpreendente para um partido que procura legitimamente o seu espaço próprio no quadro da Nova Esperança.
Em bom nível esteve Joaquim Ribeiro, do PSD, que explorou com êxito algumas contradições no discurso das oposições.
Vítor Vasconcelos também se evidenciou quando defendeu nos planos político e técnico a opção da maioria de acabar com a tarifa de disponibilidade da água.

> Nos olhos destes felgueirenses, pedia-se a mudança!


O ano passado (2009) foi fértil em eventos.

Em Felgueiras, a vitória da Nova Esperança foi o momento mais relevante, porque se traduziu numa viragem política ímpar no concelho.

Naquela noite fiz muitas imagens que hão-de fazer história e reproduzem a alegria dos apoiantes dos vencedores.

Esta imagem não é a mais impressionante dessa noite de emoções fortes, mas é a minha preferida, porque nos olhares dos apoiantes percebe-se uma onda de esperança, uma vontade imensa de mudança...

... Que os governantes de hoje se inspirem nestes olhares para porem em marcha o processo de mudança que se esperava nas políticas, no discurso, nas práticas e nalguns rostos do passado recente.

É que muitos felgueirenses, incluindo eu próprio, ainda não conseguiram vislumbrar, em determinados e inquietantes pormenores, a mudança propalada!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

> DIÁRIO DE BORDO (1)



Por entre tempestades e tormentas, a caravela logrou escapar vezes sem conta ao naufrágio que Velhos do Restelo da velha urbe lhe pressagiaram.

Alguns anos volvidos sobre o desembarque, numa enseada de águas calmas, a bordo de uma embarcação tipo “casca de noz”, partiu-se para uma “epopeia”com muitas milhas para contar e poucas bolinas com que contar.

No horizonte, desenhava-se, primeiro o Bojador, depois o desconhecido...

As nossas velas latinas e quilhas, escudadas na perseverança, foram suficientemente robustas para resistir aos ventos e vagas de estibordo e bombordo.

À proa ou à ré, fomos hirtos para com os povos hostis. Fomos hospitaleiros para os bons que nas praças onde atracávamos, também como nós, acreditavam, tinham a fé, de que, depois da tormenta, aconteceria a bonança.

Na espuma dos dias, “armados” de astrolábios que nos apontavam o rumo certo, com alguns desses enfrentámos o Adamastor, vencemos o Cabo do Medo e acreditamos no Cabo da Boa Esperança.

Nunca esta humilde, mas honrada tripulação se considerou em cruzada contra uns quantos “piratas”. Nunca nos mares agrestes, nos cabos mais temíveis, nos ousamos considerar invencíveis ante a armada que se julgava, essa sim, invencível.

Nas batalhas que travámos, em nome de princípios, quantas vezes isolados num mar imenso, temores nos quiseram impor, canhões de Norte e de Oeste sobre nós cuspiram fogo e garrotes nos quiseram asfixiar.

Mas, à proa desta caravela, cerramos punhos, resistimos, navegámos, acreditando sempre num novo amanhecer para lá do horizonte.

Vencido o Adamastor, a nossa epopeia assentou âncora em porto seguro, para dar descanso a mastros e casco desgastados.

Nesta praça de bonança, da nossa barca partiram para destino certo os que, a bordo, connosco, na nossa esteira, ousaram vencer o Cabo das Tormentas.

Esses, por vontade do destino, foram chamados.

Dos novos “regedores” da plebe, agora conhecidos aquém e além mar, por tão heróico feito, se esperava muito.

Tanto da sua torre de menagem que um dia, escribas do futuro, os relatassem merecedores de honrarias pelos tributos prestados aos plebeus.

Recolhidos os bronzes que um dia histórico retumbaram sobre a armada invencível, para gáudio de uns quantos, no convés desta barca mantém-se quem, agora como dantes, acredita nas virtudes de um leme robusto.

A bordo, saradas as feridas, desfrutou-se finalmente o gozo de um novo raiar.

Mas os vivas à nova aurora foram calados por murmúrios na velha e altaneira torre acometida de inusitada deslembrança.

Pois reza esta estranha crónica que, na casca de noz, levanta-se agora a âncora, reerguem-se as velas ao vento, presas por cordas dos que acreditam que vale sempre a pena enfrentar mesmo as mais ingratas das tormentas humanas.

Como das outras vezes, logo que suba a maré, há que retomar a viagem, à descoberta de destinos, de ventos alísios.

Para lá ou para cá da linha do horizonte?

Só o correr dos dias, desta maresia, estranhamente tardia, há-de esclarecer.

Para trás ficam os humildes de tempos idos, investidos agora de honrarias “muy” grandes.

Bem sabemos que nos esperam novos promontórios, mares baixios ou águas tumultuosas que só timoneiros calejados por batalhas passadas poderão bordejar, na descoberta, quiçá, de novos portos seguros.

Diz o trovador que cartas náuticas repousam num baú no fundo do convés. Nessas, com tinta da china, ficaram registadas as rotas que um dia honrosamente gizámos por “mares nunca dantes navegados”.

São caminhos marítimos e destinos que um dia esta barca, se chamada por faróis de alarme, pode retomar para ajudar a vencer novos adamastores.

Para já, desfrutemos destes dias de névoas calmas, navegando à bolina do destino, que vamos carteando neste diário de bordo…

domingo, 6 de dezembro de 2009

> Tardes caseiras dos domingos de Inverno como eu gosto

Numa tarde fria e chuvosa, num domingo de Dezembro, aconchegado no meu escritório caseiro, apetece ouvir coisas assim, como estas músicas e outras dos Tagerine Dream.
Este grupo alemão há muitos anos que faz música, quase sempre com sonoridade electrónica, que nos convida para a tranquilidade.
Roupão vestido, meia-luz, moldo o volume para os 20 db, opto agora pelo 5.1 do sistema Monitor Áudio, para dar outra ambiência acústica, empurrado pela sonoridade quente do conjunto Denon.
Que bom é deixar-nos levar por estas cores acústicas, qual barco tomado pelas correntes calmas do golfo…
… Um prazer caseiro intenso que mais logo será completado, às tantas, com um galão bem quente e uma torrada com manteiga dos Açores.



> Fui convidado para o blogue Felgueiras 2005 e aceitei

Desde hoje que, a convite do meu amigo Sérgio Martins, passo a ser um dos colaboradores do blogue Felgueiras 2005.
Ao Sérgio o meu muito obrigado pelo convite, que de resto me honrou, atendendo que sou um seguidor do Felgueiras 2005 praticamente desde o seu primeiro dia de existência.
Sei que o Sérgio fez convites a outras pessoas de inegável qualidade, incluindo aos meus amigos Miguel Carvalho e Hélder Quintela, que vão enriquecer o painel de colaboradores do Felgueiras 2005.
Espero que esse blogue reassuma a sua importância no quadro concelhio, voltando a ser um espaço de debate, aberto a todos, sobretudo aos que, não se escondendo atrás do anonimato, têm a coragem de dar a sua opinião de cara descoberta.
Quanto a este meu cantinho, a este meu blogue “Armindo Mendes”, continuarei a mantê-lo reservado a um cunho mais pessoal, quase intimista, quase um espelho de algumas partes de mim próprio que vou partilhando com um leque pequeno de amigos, daqueles verdadeiros e amigos sinceros, percebem...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

> Coisas assim… de poucas palavras…

Estas músicas são imensa… Como outras do Abrunhosa, são brutais… Afagam a alma até dos mais desprovidos…
Em momentos assim, de avanços e recuos, embora imóveis na imensidão do silêncio, apetece ouvir canções assim… De que servem afinal as palavras?



> Para adoçar um travo amargo na boca

Esta música de Chris Norman é de 1986. Esse ano foi muito especial para mim, como, aliás, quase toda a década de 80… ao longo da qual me fiz homem.


Emprestaram-me há dias um CD com temas que foram êxitos nessa década, que incluía este “Midnigt Lady”, que não ouvia há anos…

Soube muito bem "reouvir" e fez-me lembrar momentos de alguma ingenuidade, de que tenho saudades, bem diferentes de alguns episódios presentes tão vincados por cliques nos deixam um travo amargo na boca...


> Comentários imbecis que me remetem para uma profunda reflexão

Hoje recebemos no Expresso de Felgueiras um telefonema de um felgueirense que se julga importante mas, apesar de supostamente ter muito dinheiro, é um idiota que nos disse coisas que nem sequer ouso contar… Coisas muito feias, coisas muito malcheirosas.
Não obstante a imbecilidade desse dito, a quem não reconheço dois dedos de testa, ficamos sentidos, porque, em muitos anos de profissão, nunca ninguém se tinha referido a algo de que sou profissionalmente o primeiro responsável de forma tão vil, tão indigna, tão mal educada, tão desrespeitosa para quem, como nós, naquela casa, tentamos lutar contra tantas arbitrariedades num concelho cronicamente difícil para os órgãos de comunicação social…
Em quatro intensos anos de trabalho no EF já houve outros momentos desagradáveis, não muito diferentes deste, nos quais no sentimos ofendidos, mas confesso que ninguém tinha descido tão baixo… Pergunto a mim mesmo se não terá sido a gota que fez transbordar o copo?
É nestes momentos que nos apetece largar tudo, tantos têm sido os episódios em que nos sentimos a mais, mesmo junto de algumas pessoas que pensávamos serem nossas amigas e que hoje estão acometidas de inusitadas deslembranças.
Por tudo isto, olho para Felgueiras e remeto-me por estas horas a momentos de reflexão nos planos profissional e pessoal…

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

> 40 anos de carreira!!! Parabéns Pedro Barroso

Hoje, 4 de Dezembro, completam-se os 40 anos da carreira de um grande senhor da música portuguesa – Pedro Barroso.
Parabéns Pedro, pela coerência, pela coragem de querer e ser diferente neste país tantas vezes hipócrita, que teima em não reconhecer os que seriam credores do justo tributo, O Pedro Barroso é um deles!

Compositor e cantor, Pedro Barroso é dono de uma voz impressionante e uma sensibilidade musical que já muitas vezes me surpreendeu.

Tenho vários discos dele, mas é ao vivo que o Pedro chega mais alto.

Já assisti a concertos do Pedro Barroso em Paredes, Penafiel, Amarante, Castelo de Paiva e Montalegre.

Foram todos muito bonitos, mas o das terras transmontanas foi o mais intenso. Estava um frio de rachar, mas as palavras sábias e ternas do Pedro e as suas músicas, as suas letras, aqueceram-nos a alma…

Tem muitas canções lindas, de além e aquém Tejo, mas o tema "Menina" é e será um dos mais especiais... Parabéns trovador!

> Sim, Rodrigo Leão tem alma, tem classe!!!







Ouvir e sentir a música de Rodrigo Leão é muito especial. Faço-o desde o tempo em que ainda integrava os Madredeus.


Já o vi e ouvi actuar várias vezes, nomeadamente em Santa Maria da Feira, Guimarães e Fafe. São sempre momentos que nos ficam na memória, porque têm alma, como todas as suas lindas composições, às vezes tão sublimes, às vezes tão brutais nas sensações lindas que nos abalssamam a alma..

Acompanho a sua carreira há alguns anos e os seus discos, apesar de diferentes entre si, têm em comum uma musicalidade que nos conquista os sentidos, algures entre o clássico e o contemporâneo…

Aos que o não conhecem ainda e gostam da boa música portuguesa, recomendo vivamente o músico Rodrigo Leão, sempre muito bem acompanhado por grandes vozes, sobretudo femininas.

O seu último trabalho – Mãe – é grandioso.
Mas "Pasión","Cinema" e o "Mundo" são também magníficos...


> De novos os Barclay James Harvest

Na adolescência, às vezes até na companhia do meu saudoso pai, ouvia muito os Barclay James Harvest, uma banda britânica que durou quase 30 anos!!!
Eu coleccionava os discos de vinil dos BJH, que ainda hoje preservo quase religiosamente. Hoje tenho-os quase todos também em CD e até alguns DVD`s.


A sua música era cândida, simples, de um rock sinfónico, melodioso, em que emergiam letras profundas, recheadas de mensagens que nos remetiam para a meditação em torno da sociedade que temos... Ficaram célebres entre os seus fans algumas baladas, das mais bonitas que já ouvi, como Child of the univers, Silver Wings, Kiev, ou How do you feel now, entre outras.

Como saberão alguns dos meus amigos desse tempo, no final dos anos 70, durante os 80 e princípios dos 90 os Barclay foram porventura a minha banda preferida, apesar de, para grande tristeza minha, nunca ter sido muito conhecida em Portugal.

É difícil escolher as minhas músicas preferidas. Esta – Mockingbird – é uma das mais antigas, ainda dos anos 70… Mostro esta canção, porque acho que traduz um pouco do que disse há pouco: simples, intensa, mas muito melodiosa…


Bravehearth, de Mel Gibson



... Vi este enorme filme, um épico, há não sei quantos anos, seguramente muitos… Foi curiosamente no Alentejo (Vila Nova de Milfontes), quando ali passava férias. Era ainda pouco mais do que um adolescente.

Adorei quase tudo no filme, em especial as imagens fantásticas da Escócia, o grito de liberdade de um povo oprimido associado a uma história de amor arrepiante e uma banda sonora das mais grandiosas que alguma vez ouvi num filme. Arrepiante em muitos momentos, em muitos sentidos…

Já vi o filme várias vezes, também em DVD, sobretudo os primeiros 20 minutos, que são muito bonitos. Se puderem, experimentem ouvir num bom equipamento dolby digital 5.1 e dar-me-ão razão.

Aguardo ansioso o lançamento em Blu-ray… Deve ser arrebatador…