segunda-feira, 18 de setembro de 2006

> MINISTRO VIAJAVA A MAIS DE 200 Km/h NA A1

As televisões noticiaram recentemente que um automóvel onde seguia um ministro foi “apanhado” na auto-estrada quando circulava a mais de 200 quilómetros horários.
Segundo rezam as crónicas jornalísticas, o motorista foi interceptado pelas autoridades, mas quando estas observaram que no interior do veículo seguia um ministro mandaram seguir, sem sequer identificar o condutor e aplicar a respectiva multa.
Em simultâneo outros automobilistas tinham sido também apanhados pela mesma patrulha, que foi implacável, e bem, na aplicação da lei, sendo autuados.
Ora, não é admissível aquilo que se passou, o regime de impunidade do motorista do senhor ministro, numa flagrantíssima situação de discriminação positiva para quem seguia a uma velocidade perigosíssima, que punha em causa a segurança dos demais utentes na via.
A lei diz que permite a violação de determinadas regras do Código da Estrada às viaturas que seguem em serviço público, algo de tal forma vago que tem permitido a muitas figuras da nossa política usarem e abusarem dessa figura, que devia, em minha opinião, ser utilizada por ambulâncias, carros de bombeiros ou veículos de autoridades policiais.
Mais uma vez se afere, com base neste triste exemplo, que a lei, afinal, não é aplicada pela mesma bitola de interpretação a todos os cidadãos portugueses, havendo uns que gozam de inadmissíveis privilégios.
Quando tal se passa com políticos é ainda mais grave, porquanto são figuras públicas e deviam constituir o primeiro exemplo de cumprimento escrupuloso das regras que sustentam o edifício democrático. Depois ficam muito admirados quando o prestígio dos políticos junto do “Zé-povinho” está pela “rua das amarguras”.

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