As Festas do Junho, em Amarante, constituem uma das mais importantes manifestações religiosas e profanas de toda a região Norte.
A devoção ao santo movimenta muitos milhares de pessoas, principalmente de Amarante, mas também de outros concelhos mais ou menos próximos. Ouve-se falar de pessoas que vêm do Sul do país e até do estrangeiro para pagar as suas promessas ou simplesmente participar nas mil e uma manifestações de natureza profana.
Nos dias da festa são impressionantes as manifestações de fé, com os católicos, romeiros ou não, a "invadir" o mosteiro do padroeiro, no gesto de devoção e tributo a S. Gonçalo, ao qual pagam promessas ou lhe dedicam uma oração. As filas de fiéis para simplesmente pôr uma mão na imagem do santo traduzem a importância de um momento de fé.
A devoção ao santo movimenta muitos milhares de pessoas, principalmente de Amarante, mas também de outros concelhos mais ou menos próximos. Ouve-se falar de pessoas que vêm do Sul do país e até do estrangeiro para pagar as suas promessas ou simplesmente participar nas mil e uma manifestações de natureza profana.
Nos dias da festa são impressionantes as manifestações de fé, com os católicos, romeiros ou não, a "invadir" o mosteiro do padroeiro, no gesto de devoção e tributo a S. Gonçalo, ao qual pagam promessas ou lhe dedicam uma oração. As filas de fiéis para simplesmente pôr uma mão na imagem do santo traduzem a importância de um momento de fé.
A DEVOÇÃO
A missa solene é um dos pontos altos. Na igreja do mosteiro, ecoam comoventes cânticos de tributo ao santo. Os fiéis, engalanados, vestem o traje domingueiro. A majestosa procissão é outro momento de grande simbolismo religioso. Como é bonito ver as ruas engalanadas da cidade de Amarante, emolduradas por muitos milhares de pessoas, que ladeiam as artérias aos magotes, mas em profundo silêncio, à passagem das imagens religiosas. As colchas que decoram as varandas do velho burgo e as flores que cobrem e perfumam as calçadas por onde passa a procissão são outros sinais distintivos destas festas centenárias. O lançamento de cravos da varanda dos reis e a mensagem à cidade do pároco de S. Gonçalo é outro momento recheado de simbolismo, porventura sem paralelo no país, muito apreciado pelos amarantinos e forasteiros que se concentram no largo.
A CULTURA DE UM POVO
Mas o Junho amarantino é também uma enorme manifestação da cultura popular mais genuína, consubstanciada no enfoque dado aos bombos e no desfile etnográfico que evidencia as características mais simples e rurais das freguesias amarantinas.
É todos os anos assim. O povo sai à rua e revê-se nas suas festas. O programa tem mantido uma matriz comum ao longo dos anos, com pequenos ajustamentos, que não comprometem a tradição.
As festas são da família. Impelidos pelos acordes cintilantes dos instrumentos das filarmónicas da terra, pais, mães e filhos deambulam, em vai vem, por entre a multidão, divertindo-se nos carrinhos de choque, comendo uma fartura, provando o algodão doce ou experimentando uma ou outra tasca da cidade, que servem os petiscos mais apetitosos e os verdes tintos mais atrevidos do Norte de Portugal. Muitas famílias trazem os seus farnéis e aproveitam-nos para, enquanto enchem as barrigas, confraternizar nas frescas da florestal. As crianças saltitam de euforia, à procura daquele brinquedo que vislumbraram naquela barraca chinesa, agora tão comuns na nossa festa. O menino chorou por aquele carro da polícia multicolor e barulhento, enquanto a menina suspirou pela boneca de vestido cor-de-rosa faustoso. Os pais lá têm de largar os cordões à bolsa e cumprir a tradição de pelo Junho, oferecer um brinquedo aos filhos.
Os jovens, principalmente os rapazes, folgam com as brincadeiras em torno dos famosos "S. Gonçalos", os doces de forma fálica, alguns de dimensões ousadas, que oferecem às meninas. As mais acanhadas, cabisbaixas, até coram, mas as mais fogosas agradecem o presente e retribuem com o sorriso atrevido e desafiador.
É todos os anos assim. O povo sai à rua e revê-se nas suas festas. O programa tem mantido uma matriz comum ao longo dos anos, com pequenos ajustamentos, que não comprometem a tradição.
As festas são da família. Impelidos pelos acordes cintilantes dos instrumentos das filarmónicas da terra, pais, mães e filhos deambulam, em vai vem, por entre a multidão, divertindo-se nos carrinhos de choque, comendo uma fartura, provando o algodão doce ou experimentando uma ou outra tasca da cidade, que servem os petiscos mais apetitosos e os verdes tintos mais atrevidos do Norte de Portugal. Muitas famílias trazem os seus farnéis e aproveitam-nos para, enquanto enchem as barrigas, confraternizar nas frescas da florestal. As crianças saltitam de euforia, à procura daquele brinquedo que vislumbraram naquela barraca chinesa, agora tão comuns na nossa festa. O menino chorou por aquele carro da polícia multicolor e barulhento, enquanto a menina suspirou pela boneca de vestido cor-de-rosa faustoso. Os pais lá têm de largar os cordões à bolsa e cumprir a tradição de pelo Junho, oferecer um brinquedo aos filhos.
Os jovens, principalmente os rapazes, folgam com as brincadeiras em torno dos famosos "S. Gonçalos", os doces de forma fálica, alguns de dimensões ousadas, que oferecem às meninas. As mais acanhadas, cabisbaixas, até coram, mas as mais fogosas agradecem o presente e retribuem com o sorriso atrevido e desafiador.
DIAS DE FOLIA
As alvoradas também são especiais. Os grupos de bombos, hirtos pela tradição, marcham na velha urbe de ruas estreitas e íngremes, acordando ritmadamente os que, fadigados pelas noitadas, ainda dormem, como que desafiando os amarantinos para mais um dia de folia.
À noite, todos se aglomeram junto às pontes. O momento vai chegar... O fogo junto ao rio é uma delícia para olhos, que todos os anos fantasiam com o brilho cruzado proporcionado pelo espelho do Tâmega. Quando o fogo começa, os corações batem mais forte as pupilas dilatam. Os mais pequenos dão as mãos aos pais e erguem a cabeça em sinal de espanto, rendidos ao cintilar barulhento do fogo, embalado pela melodia musical que brota de um potente sistema de som, hoje moda m cada festa que se preze.
Os espectáculos das noitadas são sempre muito animados. A organização tem escolhido artistas de renome nacional, ditos populares, que agradam ao povo mais simples, que corresponde com a presença maciça e entusiástica, comprovando que Amarante continua a ser uma terra onde predomina uma cultura pouco urbanizada.
As festas são assim e o povo gosta.
Vamos todos ao Junho.
Armindo Mendes
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