sábado, 16 de junho de 2007

O PSD de ontem e de hoje

Em Amarante, a reunião de Câmara da passada segunda-feira foi muito quente, com a discussão de importantes matérias para o concelho.
Ocorre-me, a propósito, fazer uma observação à postura que os eleitos do PSD evidenciaram nos trabalhos de segunda-feira passada. Independente da valia política e técnica das posições que defendiam, tão respeitável ou censurável quanto a dos adversários, inclusive do poder, não se percebe o tom crispado com que eram apresentados os argumentos, transmitindo aos trabalhos uma acidez que há muito não se via nas reuniões do executivo amarantino. Não me parece que esta seja a linha de oposição consentânea com os pergaminhos de um partido de oposição, que se quer apresentar como uma alternativa credível ao PS. Falar mais alto e em tom grave não é sinónimo de se estar coberto de razão. As frases redondas, quase roçando o populismo, com que o PSD se ia opondo às propostas do PS, acabam por marcar uma fronteira, bem vincada, com o PSD recente que víamos no executivo, mais interessado em procurar encontrar uma solução de governabilidade para o concelho, que era seu dever, enquanto partido responsável e incontornável da nossa democracia.
Será que esta nova onda laranja, cuja acidez foi também, a espaços, perceptível na Convenção Autárquica do passado sábado, é a orientação estratégica que vai vingar doravante? Se assim for, entraremos num novo ciclo, com consequências imprevisíveis, na certeza de que, quase sempre, o eleitorado penalizará a política da crítica redonda e premiará quem, na oposição, sobretudo quanto esta é exercida num quadro de tão grande responsabilidade como aqui em Amarante, souber fazer honrar o primado da política responsável e consequente enquanto projecto alternativo.

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