Agosto foi para a maioria dos portugueses sinónimo de uns quantos dias de férias. Este foi também um período particularmente fértil para constatarmos alguns pormenores que infelizmente vão atestando a visão crítica que tenho retratado nestes editoriais a propósito da falta de civismo que caracteriza muitos dos nossos compatriotas.
Nas zonas verdes, pontos dos habituais piqueniques, lá vamos encontrando os despojos de lixo deixados por uns quantos energúmenos. Estas pessoas deixam todo o tipo de lixo nas nossas matas, revelando uma grosseira falta de educação e respeito pelos demais cidadãos. Recordo, a propósito, que minutos após a passagem da Volta a Portugal pela serra da Estrela ali se podia encontrar toneladas de todo o tipo de lixo, inclusive restos de comida, deixados pelos que tinham ido ver passar os ciclistas. Aqui, em Amarante, num fim de tarde de domingo, terminados os piqueniques, a florestal também é um mau exemplo. Nas praias, o cenário repete-se. Nos areais não faltam as beatas de cigarros, invólucros de gelados e recipientes de refrigerantes. Nos mega-concertos de Verão o cenário é ainda mais arrepiante, pela quantidade dos resíduos deixados e por sabermos que quem o produz são os jovens, o que não augura nada de bom para o futuro... Outro elemento que em nada abona para a imagem cívica de um povo é a forma como se estaciona os automóveis. Direi que por estes dias estivais vale quase tudo quando se procura um lugar para deixar o automóvel. Os passeios são invadidos por automóveis, que roubam espaço aos peões. Curiosamente, os que cumprem a lei são os que acabam por ser prejudicados. Aconteceu com uma pessoa amiga, há dias, próximo de uma praia, onde tinha estacionado o meu automóvel. Para o fazer de acordo com a lei, tinha deixado o carro a algumas centenas de metros da praia. Mas, quando voltou deparou-se com uma situação caótica, porque outros automobilistas haviam estacionado os seus carros ao lado do seu, em segunda e terceira fila. Conclusão: queria sair e não podia, ficando com os nervos em brasa. Além disso, outros condutores sofriam dentro dos seus automóveis, porque não conseguiam passar em determinados pontos da rua devido ao estacionamento selvagem. Um caos completo, sem que se vislumbrasse nas proximidades qualquer agente da autoridade.
Continuando a discorrer sobre a falta de civismo, ocorrem-me outras situações gritantes. Nas auto-estadas as ultrapassagens são muitas vezes feitas pela esquerda. Também são usuais as situações em que os automobilistas que cumprem os limites de velocidade, quando fazem uma ultrapassagem a um automóvel mais lento, são insultados por uns "chico-espertos", que seguem atrás de si muito frenéticos, que se julgam os ases do volante e ousam pensar que a lei é só para os outros. Além disso, de dentro dos automóveis, voam por vezes objectos e até secreções que conspurcam a via pública, para não falar do risco repugnante de atingirem quem viaja no veículo que segue atrás.
Nos restaurantes mais concorridos, os clientes avolumam-se e esperam mesa. Os mais espertos são geralmente os que conseguem lugar mais rapidamente, na maioria das vezes ultrapassando de formas menos próprias quem aguarda civilizadamente um lugar para saciar o apetite. Nesses restaurantes, cafés ou pastelarias os não fumadores são obrigados a inalar o resultado de um vício individual que interfere na liberdade de terceiros. No pavimento das principais praças do país vão-se avolumando chicletes, deixadas por gente sem escrúpulos, que não consegue alcançar o mal que estão a provocar à imagem das urbes onde caminham. E nos vidros dos carros vamos encontrando outra praga dos tempos modernos: toneladas de papéis a anunciar as festas dos bares e discotecas, que acabam quase sempre no chão, sujando as ruas das nossas cidades, sem que os mandantes da colocação dos papéis sejam responsabilizados.
Ainda a propósito da falta de civismo, ocorre-me comentar brevemente o patético abaixo-assinado de uns quantos lisboetas, e não só, incomodados com as multas decorrentes da instalação na capital de uns radares controladores de velocidade. Será que esses senhores querem que seja criada uma lei especial para eles, que altere o limite de velocidade dentro das localidades, especialmente concebida para a capital, onde, em determinados pontos - entenda-se ruas de cariz claramente urbano -, poder-se-ia circular a 80 ou 90 quilómetros por hora? Sem comentários...
Nas zonas verdes, pontos dos habituais piqueniques, lá vamos encontrando os despojos de lixo deixados por uns quantos energúmenos. Estas pessoas deixam todo o tipo de lixo nas nossas matas, revelando uma grosseira falta de educação e respeito pelos demais cidadãos. Recordo, a propósito, que minutos após a passagem da Volta a Portugal pela serra da Estrela ali se podia encontrar toneladas de todo o tipo de lixo, inclusive restos de comida, deixados pelos que tinham ido ver passar os ciclistas. Aqui, em Amarante, num fim de tarde de domingo, terminados os piqueniques, a florestal também é um mau exemplo. Nas praias, o cenário repete-se. Nos areais não faltam as beatas de cigarros, invólucros de gelados e recipientes de refrigerantes. Nos mega-concertos de Verão o cenário é ainda mais arrepiante, pela quantidade dos resíduos deixados e por sabermos que quem o produz são os jovens, o que não augura nada de bom para o futuro... Outro elemento que em nada abona para a imagem cívica de um povo é a forma como se estaciona os automóveis. Direi que por estes dias estivais vale quase tudo quando se procura um lugar para deixar o automóvel. Os passeios são invadidos por automóveis, que roubam espaço aos peões. Curiosamente, os que cumprem a lei são os que acabam por ser prejudicados. Aconteceu com uma pessoa amiga, há dias, próximo de uma praia, onde tinha estacionado o meu automóvel. Para o fazer de acordo com a lei, tinha deixado o carro a algumas centenas de metros da praia. Mas, quando voltou deparou-se com uma situação caótica, porque outros automobilistas haviam estacionado os seus carros ao lado do seu, em segunda e terceira fila. Conclusão: queria sair e não podia, ficando com os nervos em brasa. Além disso, outros condutores sofriam dentro dos seus automóveis, porque não conseguiam passar em determinados pontos da rua devido ao estacionamento selvagem. Um caos completo, sem que se vislumbrasse nas proximidades qualquer agente da autoridade.
Continuando a discorrer sobre a falta de civismo, ocorrem-me outras situações gritantes. Nas auto-estadas as ultrapassagens são muitas vezes feitas pela esquerda. Também são usuais as situações em que os automobilistas que cumprem os limites de velocidade, quando fazem uma ultrapassagem a um automóvel mais lento, são insultados por uns "chico-espertos", que seguem atrás de si muito frenéticos, que se julgam os ases do volante e ousam pensar que a lei é só para os outros. Além disso, de dentro dos automóveis, voam por vezes objectos e até secreções que conspurcam a via pública, para não falar do risco repugnante de atingirem quem viaja no veículo que segue atrás.
Nos restaurantes mais concorridos, os clientes avolumam-se e esperam mesa. Os mais espertos são geralmente os que conseguem lugar mais rapidamente, na maioria das vezes ultrapassando de formas menos próprias quem aguarda civilizadamente um lugar para saciar o apetite. Nesses restaurantes, cafés ou pastelarias os não fumadores são obrigados a inalar o resultado de um vício individual que interfere na liberdade de terceiros. No pavimento das principais praças do país vão-se avolumando chicletes, deixadas por gente sem escrúpulos, que não consegue alcançar o mal que estão a provocar à imagem das urbes onde caminham. E nos vidros dos carros vamos encontrando outra praga dos tempos modernos: toneladas de papéis a anunciar as festas dos bares e discotecas, que acabam quase sempre no chão, sujando as ruas das nossas cidades, sem que os mandantes da colocação dos papéis sejam responsabilizados.
Ainda a propósito da falta de civismo, ocorre-me comentar brevemente o patético abaixo-assinado de uns quantos lisboetas, e não só, incomodados com as multas decorrentes da instalação na capital de uns radares controladores de velocidade. Será que esses senhores querem que seja criada uma lei especial para eles, que altere o limite de velocidade dentro das localidades, especialmente concebida para a capital, onde, em determinados pontos - entenda-se ruas de cariz claramente urbano -, poder-se-ia circular a 80 ou 90 quilómetros por hora? Sem comentários...
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