sábado, 30 de setembro de 2006

> TAXAS MODERADORAS

O senhor ministro da Saúde anda, há meses, numa cruzada em busca da redução quase obsessiva de despesas do seu ministério.
Os recentes anúncios de encerramento de maternidades e serviços de urgência, independentemente das aduzidas e supostamente benevolentes justificações de foro clínico e técnico, visam sobretudo, todos o sabemos, reduzir despesas, concentrando serviços nas maiores cidades.
Quem vive no interior vai assumindo, involuntariamente, cada vez mais, o estatuto de cidadãos de segunda. O interior vai perdendo gente e a qualidade de vida nas grandes cidades vai-se tornando cada vez mais insustentável - veja-se o que aconteceu noutros países da Europa onde este tipo de medidas foram adoptadas há alguns anos.
Estou cada vez mais convencido que, não faltarão muitos anos, o nosso país vai pagar bem caro estas medidas tecnocratas, que estão a acentuar as assimetrias num país onde tradicionalmente o fosso entre ricos e pobres e litoral e interior é gritante.
Falta saber se não vai ser demasiado tarde para tentar o retorno.
Mas a última medida do senhor ministro é absolutamente inadmissível: isto de obrigar quem tem de ser operado a pagar uma taxa moderadora não cabe na cabeça de ninguém, como se qualquer um de nós tivesse algum prazer em ser operado.
Haja contenção e bom senso senhor ministro.

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