quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Urge a mudança

EDITORIAL DA EDIÇÃO 88 DO EXPRESSO DE FELGUEIRAS, 09 DE OUTUBRO DE 2009

Domingo seremos todos chamados a escolher quem vai governar o Município nos próximos quatro anos.


Este é um momento da maior importância para os felgueirenses, porquanto, em nossa opinião, deverá constituir uma viragem no modelo de governação que tem sido experimentado por Fátima Felgueiras.

Votar é um direito, mas, acima de tudo, um dever. Compete a cada cidadão ponderar muito bem em quem votar, sobretudo analisando de forma substantiva, desde logo, o trabalho de quem exerceu o poder nos últimos anos e as alternativas que se desenham no xadrez de candidaturas da oposição.

Fazendo uma retrospectiva do mandato que agora termina, o balanço afigurasse-me claramente negativo.

Fátima Felgueiras liderou uma gestão fechada sobre si mesmo, às vezes zangada com a sociedade civil, tantos foram os conflitos que foi protagonizando com clubes, associações e juntas de freguesia.

Neste mandato sentimos muitas vezes que as pessoas tinham medo de se expressar sobre determinadas matérias. Receavam represálias, não se sabe de quem, mas muitas vezes recusavam falar, recusavam dar a cara.

Felgueiras assistiu nos últimos anos a uma gestão política assente num cunho muito personalizado na sua presidente, incapaz de se assumir como elemento galvanizador do desenvolvimento do concelho, com um discurso fluido, é certo, mas redundante, porque desprovido de uma visão integrada de desenvolvimento na qual nos pudéssemos rever.

Como se ouviu no debate radiofónico desta semana, a presidente da Câmara tem a propensão de julgar que só a sua opinião é válida, que a de todos os demais, nomeadamente os que dela politicamente discordam, não têm preparação, são uns inaptos para o exercício do cargo de presidente de Câmara. “Só dizem asneiras e mentiras”, como a senhora presidente, num registo de pouca humildade, costuma dizer.

À senhora presidente fica-lhe mal nunca reconhecer as fragilidades do concelho que governa, muitas das quais em resultado do seu modelo de gestão municipal.

Muito censurável foi a atitude da candidata quando tentou fazer passar a ideia de que foi totalmente absolvida nos processos judiciais em que é arguida, o que é totalmente falso.

Se é certo que foi absolvida no chamado caso do futebol, já no âmbito do processo mais importante, que ficou conhecido como “saco azul”, a edil foi condenada pelo tribunal de Felgueiras a três anos e três meses de prisão, com pena suspensa. Tão ou mais relevante foi ainda determinado pelo colectivo de juízes a perda de mandato.

Tentar passar a ideia para os felgueirenses, na rádio ou em acções de campanha, a inverdade quanto à sua absolvição total constitui um comportamento que, de tão lamentável, me abstenho de tentar adjectivar.

Por tudo isto, Felgueiras merece alguém, na autarquia, que nos faça acreditar que a nossa terra pode voltar a ser um concelho em que vale a pena acreditar.

No domingo, compete a cada um de nós escolher o presidente de Câmara que julgarmos mais capaz.

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