domingo, 31 de janeiro de 2010

> E que bom que é

Incomoda-me um determinado tipo de pessoas que se julgam possuidoras de uma qualquer prerrogativa que, apesar de não ter fundamento, faz delas “especiais”, uma espécie de predestinados.
Todos conhecemos gente assim, até porque percebemos que é gente que usa e abusa desses subterfúgios para se ir evidenciando e disfarçando não raras vezes as suas fragilidades.

Todos conhecemos os que, de meios sorrisos ou sorrisos escancarados - existem para todos os gostos -, se vão pendurando neste ou naquele mais inocente, para, qual degrau, ir subindo uma certa escadaria.

Na sociedade humana, mesmo na menos sofisticada ou em meios pequenos como o nosso, sempre assim foi e, obviamente, sempre assim será, cabendo a cada um de nós lidar da melhor forma possível com esse tipo de gente.

Muitos desses, quiçá escondidos naquela esquina que julgávamos conhecer, acabam até por levar a água ao seu moinho, ora por força das mil e uma artimanhas, ora, em consequência de uma certa “estrela” com que terão nascido, exorcizando como nunca uma certa sociedade que, sabe-se lá por que razão, vai fechando os olhos a uma certa mediocridade.

Esses, de ambição desmedida, no trabalho e noutras tantas coisas, quando chegam lá cima, são os piores, são os mais sobranceiros, porque, portadores de inseguranças tais, outra solução não têm para se perpetuarem num certo poder do que persistirem nos comportamentos egoístas e hipócritas.

Desagradam-me também os que na vida se evidenciam à custa de tudo, menos das valias pessoais ou profissionais.

Prefiro os que, na sua vida pessoal ou profissional, se esmeram diariamente para serem melhores.

Não simplesmente melhores do que os outros, numa óptica competitiva, mas melhores a cada dia que passa para alcançarem os seus objectivos de vida de forma justa e honrosa.

Reconhecer o mérito aos competentes, aos que merecem, aos que, com esforço, tanto lutaram por um determinado objectivo, é um elementar acto de justiça. Esse é um valor que se vai perdendo na nossa sociedade de memória tão curta.

Os comportamentos que não honram este princípio básico são merecedores do meu profundo desprezo, porque os seus autores, sejam eles quais forem, mais ou menos letrados, evidenciam não ter estatura moral.

Acredito que, diariamente, cada um de nós, por entre tantas vicissitudes, deve prosseguir as suas vidas com base nos princípios morais que os nossos pais nos transmitiram, assentes, acima de tudo, no respeito pelo nosso próximo, vendo nele alguém como nós. Se o fizermos, acredito que seremos porventura menos poderosos, menos endinheirados, mas, não tenho dúvidas, mais realizados, pessoal e profissionalmente.

Se assim formos, seremos diferentes do tais, de mil subterfúgios, que, cabisbaixos nas suas inseguranças, perdem tanto tempo a ver fantasmas em tudo o que mexe.

Assim, creio profundamente que teremos mais tempo para sermos verdadeiramente felizes junto dos que amamos, lendo um bom livro, ouvindo uma boa música ou, simplesmente, desfrutando de uma tertúlia com um grupo de familiares e bons amigos à mesa do jantar.

E que bom que é…

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