Recentemente, entraram-nos casa dentro as imagens da condenação de Saddam Hussein. Como muitos portugueses, também eu fiquei chocado com a barbaridade daquele acto, praticado por um Estado que se diz agora uma democracia! É certo que Saddam foi um dos mais sanguinários ditadores de sempre. É certo que merecia um castigo exemplar pelo sofrimento que infligiu a milhões de iraquianos nos longos anos do regime sunita que liderou com punhos de aço.
Mas castigo exemplar não significa pena de morte, à qual, por uma questão de princípio e filosofia de vida, me oponho em todas as circunstâncias. Não concebo que um Estado se arrogue no direito de violar o mais elementar dos direitos humanos – o direito à vida – e distribua imagens da vítima prostrada, que chocaram os mais sensíveis, inclusive muitas crianças.
Além disso, a execução da pena capital numa fase crucial como esta para a pacificação do Iraque poderá politicamente revelar-se um autêntico barril de pólvora, acentuando as clivagens culturais e religiosas no país, de consequências imprevisíveis. Alguns observadores falam do receio de uma guerra civil generalizada, convicção que os norte-americanos parecem querer levar muito a sério, protagonizando também eles uma fuga para a frente. Pelo que se ouve, a administração Bush, fazendo jus à sua inabilidade para lidar com o problema, em vez de seguir as recomendações que tem recebido para reduzir a sua presença no Iraque, prefere fazer o contrário, reforçando o contingente naquele autêntico inferno para as suas tropas.
Voltando a Saddam. Acredito que o Estado iraquiano teria dado um sinal de tolerância se tivesse evitado a pena capital, comutando-a pela prisão perpétua. Seria uma mensagem de perdão parcial pelas atrocidades cometidas pelo ditador e talvez o gesto pudesse ser bem acolhido pela comunidade sunita, apaziguando o clima de tensão que grassa no país.
Mas castigo exemplar não significa pena de morte, à qual, por uma questão de princípio e filosofia de vida, me oponho em todas as circunstâncias. Não concebo que um Estado se arrogue no direito de violar o mais elementar dos direitos humanos – o direito à vida – e distribua imagens da vítima prostrada, que chocaram os mais sensíveis, inclusive muitas crianças.
Além disso, a execução da pena capital numa fase crucial como esta para a pacificação do Iraque poderá politicamente revelar-se um autêntico barril de pólvora, acentuando as clivagens culturais e religiosas no país, de consequências imprevisíveis. Alguns observadores falam do receio de uma guerra civil generalizada, convicção que os norte-americanos parecem querer levar muito a sério, protagonizando também eles uma fuga para a frente. Pelo que se ouve, a administração Bush, fazendo jus à sua inabilidade para lidar com o problema, em vez de seguir as recomendações que tem recebido para reduzir a sua presença no Iraque, prefere fazer o contrário, reforçando o contingente naquele autêntico inferno para as suas tropas.
Voltando a Saddam. Acredito que o Estado iraquiano teria dado um sinal de tolerância se tivesse evitado a pena capital, comutando-a pela prisão perpétua. Seria uma mensagem de perdão parcial pelas atrocidades cometidas pelo ditador e talvez o gesto pudesse ser bem acolhido pela comunidade sunita, apaziguando o clima de tensão que grassa no país.
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