O país já está em pré-campanha para o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez. Por estes dias, vamos ouvindo argumentos mais ou menos contundentes num e noutro sentido, de tal forma que parte dos cidadãos se vai sentindo um pouco confusa, sobretudo os que não têm uma opinião muito firme sobre a matéria. Ouve-se os argumentos do sim e do não e reconheçamos que ambas as parte vão esgrimindo razões fortes às quais não ficamos indiferentes.
Esta não é uma matéria de esquerda ou de direita. Trata-se de uma questão de consciência. Tenho, como é óbvio, uma opinião, que não vou revelar de forma explícita neste editorial, obrigado que estou, enquanto director, ao princípio da isenção. Prefiro reflectir noutro sentido. Espero que a campanha eleitoral não se transforme numa cacofonia e “folclore” de argumentos num e noutro sentido, uns mais demagógicos do que os outros, que só vão contribuir para uma menor sensibilização das pessoas. Seria bom que, desta feita, o debate fosse elevado e clarificador, o que também seria um factor acrescido de motivação para que os cidadãos votem maciçamente. Depois, só há que respeitar o veredicto do eleitorado, alterando-se ou não a lei em vigor.
(In Editorial de "O Jornal de Amarante"