Um dos últimos domingos foi dia de muitas emoções para quem gosta de futebol. Um pouco por todo o lado, milhões de portugueses assistiam nos estádios ou pela televisão aos últimos jogos do campeonato que iriam ditar o campeão nacional. Nunca antes tinha acontecido os ditos três grandes chegarem à última jornada com possibilidades matemáticas de alcançar o principal objectivo de uma época desportiva. Nos três estádios jogava-se muito com o coração, com os ouvidos nos campos dos adversários na luta ao ceptro nacional. Aquela emoção fez-me lembrar a minha infância quando os jogos se realizavam ao domingo, quase todos às três da tarde. Era outra emoção poder acompanhar o jogo do nosso clube e em simultâneo poder, pelo rádio de pilhas, em onda média, saber da evolução do marcador das partidas que envolviam os clubes rivais. Por isso, no passado domingo, até a “velha” rádio reassumiu o lugar de estrela, indissociada dos relatos de futebol, que já teve no passado.
Hoje o campeonato é mais artificial, no sentido em que está submetido ao jugo das audiências televisivas. Os estádios estão cada vez mais vazios e a magia do futebol enquanto espectáculo de cariz familiar tem-se perdido no nosso país. As televisões precisam do futebol porque lhes garante audiências e o futebol precisa das televisões porque é sinónimo de receitas. Vistas as coisas no plano meramente economicista, direi que já não precisamos de ir ao estádio para ver a bola e a bola também precisa cada vez menos de espectadores nas bancadas, porque as receitas de bilheteira vão sendo substituídas pelo dinheiro pago pelas televisões. Mas este é um raciocínio demasiado simplista, sobretudo porque encerra pressupostos redutores, como se o fenómeno do futebol se limitasse aos três grandes, os únicos que conseguem atrair a atenção para as transmissões televisivas. Então e os jogos entre os ditos mais pequenos? A esses pouca gente vai assistir. Os estádios estão às moscas e os jogos não têm encanto. Hoje preferimos o conforto do sofá, frente ao pequeno ecrã, para assistir às partidas mais emocionantes dos três grandes. Com esta tendência acentua-se o fosso entre os ditos grandes e os demais emblemas, cujas receitas, quase em exclusivo dependentes da TV, são incomparavelmente inferiores. Com estas e com outras, o país, também no futebol, vai vivendo cada vez mais a duas velocidades.
Hoje o campeonato é mais artificial, no sentido em que está submetido ao jugo das audiências televisivas. Os estádios estão cada vez mais vazios e a magia do futebol enquanto espectáculo de cariz familiar tem-se perdido no nosso país. As televisões precisam do futebol porque lhes garante audiências e o futebol precisa das televisões porque é sinónimo de receitas. Vistas as coisas no plano meramente economicista, direi que já não precisamos de ir ao estádio para ver a bola e a bola também precisa cada vez menos de espectadores nas bancadas, porque as receitas de bilheteira vão sendo substituídas pelo dinheiro pago pelas televisões. Mas este é um raciocínio demasiado simplista, sobretudo porque encerra pressupostos redutores, como se o fenómeno do futebol se limitasse aos três grandes, os únicos que conseguem atrair a atenção para as transmissões televisivas. Então e os jogos entre os ditos mais pequenos? A esses pouca gente vai assistir. Os estádios estão às moscas e os jogos não têm encanto. Hoje preferimos o conforto do sofá, frente ao pequeno ecrã, para assistir às partidas mais emocionantes dos três grandes. Com esta tendência acentua-se o fosso entre os ditos grandes e os demais emblemas, cujas receitas, quase em exclusivo dependentes da TV, são incomparavelmente inferiores. Com estas e com outras, o país, também no futebol, vai vivendo cada vez mais a duas velocidades.
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