A política à portuguesa tem-nos brindado nas últimas semanas com mais alguns episódios que pouco abonam à já muito depauperada imagem dos que dela fazem a sua vida.
O mais hilariante dos episódios foi protagonizado por um ministro. Conhecidas que são as extraordinárias intervenções a que já nos habituou o ministro da economia Manuel Pinho, nomeadamente quando disse na China que os salários baixos portugueses são uma vantagem competitiva da economia, agora foi a vez do titular da pasta das obras públicas, Mário Lino, que fez uma espantosa declaração quando considerou, a propósito da construção do novo aeroporto de Lisboa, que a margem Sul do Tejo é um deserto.
O senhor ministro não devia estar nos seus melhores dias. Então na margem Sul não há gente, não há hospitais e não escolas? Haverá só areia e camelos? Não sabe V. Exa. que aquelas bandas fazem parte da área metropolitana de Lisboa, ali vivendo centenas de milhares de pessoas em concelhos tão populosos como Almada, Seixal e Barreiro, entre outros? Aquele disparate dito da boca de um qualquer cidadão anónimo menos informado até seria desprezível, agora verberado por um ministro é altamente censurável e o país só não percebeu por que por que razão não teve ainda consequências no plano político. O segundo disparate, ainda a propósito do primeiro, acabou por ser protagonizado por Almeida Santos, presidente do PS, quando este, saindo em defesa de Mário Lino, falou do perigo de ataques bombistas nas pontes sobre o Tejo. Ao ouvir isto, imagine-se o que pensarão as dezenas de milhares de pessoas que atravessam diariamente as ditas pontes.
Com tais afirmações, a que se juntam as contradições do ministro da Economia sobre o encerramento de uma empresa em Castelo Branco, as de um secretário de Estado sobre os problemas informáticos do Tribunal Administrativo de Braga e o polémico excesso de zelo da directora da DREN ao suspender um professor só porque terá feito uma piada à licenciatura do primeiro-ministro, só adensam a ideia de que, tantas vezes, os nossos governantes, deste e doutros executivos, estão cada vez mais alheados do país real ou estarão muito mal assessorados.
Mas o devaneio dos políticos também encontrou eco nas hostes laranjas. Primeiro foi o antigo primeiro-ministro, Santana Lopes, a comparar o PSD de Marques Mendes a um estado nazi ou estalinista por impedir as candidaturas dos candidatos arguidos. Independentemente de se concordar ou não com essa orientação política da direcção social-democrata, Santana devia perceber que comparar um seu companheiro de partido a um ditador foi politicamente incorrecto e extremamente deselegante. Santana voltou a ficar mal na fotografia, dando mais um tiro no pé, fazendo-nos lembrar os meses atribulados em que foi chefe de um governo de má memória. Ainda no mundo laranja foi Carmona Rodrigues a dar corpo a mais uma cambalhota. Primeiro convocou os jornalistas para lhes dizer que não seria candidato, depois, porque a data das eleições foi alterada, voltou a chamar a imprensa para dizer que, afinal, já era candidato independente à Câmara de Lisboa. Tanta incoerência é mesmo muito difícil de se perceber. Será que Carmona não tem a lucidez de perceber que sob ponto de vista político, depois do que se passou nos últimos meses na Câmara de Lisboa, não tem o mínimo de condições para voltar a exercer o cargo de presidente? Será que o ex-autarca se vai sentir bem no papel de candidato independente contra o partido que o ajudou a eleger há dois anos? Será razão para questionar: a que se deve tanto apego ao poder?
O mais hilariante dos episódios foi protagonizado por um ministro. Conhecidas que são as extraordinárias intervenções a que já nos habituou o ministro da economia Manuel Pinho, nomeadamente quando disse na China que os salários baixos portugueses são uma vantagem competitiva da economia, agora foi a vez do titular da pasta das obras públicas, Mário Lino, que fez uma espantosa declaração quando considerou, a propósito da construção do novo aeroporto de Lisboa, que a margem Sul do Tejo é um deserto.
O senhor ministro não devia estar nos seus melhores dias. Então na margem Sul não há gente, não há hospitais e não escolas? Haverá só areia e camelos? Não sabe V. Exa. que aquelas bandas fazem parte da área metropolitana de Lisboa, ali vivendo centenas de milhares de pessoas em concelhos tão populosos como Almada, Seixal e Barreiro, entre outros? Aquele disparate dito da boca de um qualquer cidadão anónimo menos informado até seria desprezível, agora verberado por um ministro é altamente censurável e o país só não percebeu por que por que razão não teve ainda consequências no plano político. O segundo disparate, ainda a propósito do primeiro, acabou por ser protagonizado por Almeida Santos, presidente do PS, quando este, saindo em defesa de Mário Lino, falou do perigo de ataques bombistas nas pontes sobre o Tejo. Ao ouvir isto, imagine-se o que pensarão as dezenas de milhares de pessoas que atravessam diariamente as ditas pontes.
Com tais afirmações, a que se juntam as contradições do ministro da Economia sobre o encerramento de uma empresa em Castelo Branco, as de um secretário de Estado sobre os problemas informáticos do Tribunal Administrativo de Braga e o polémico excesso de zelo da directora da DREN ao suspender um professor só porque terá feito uma piada à licenciatura do primeiro-ministro, só adensam a ideia de que, tantas vezes, os nossos governantes, deste e doutros executivos, estão cada vez mais alheados do país real ou estarão muito mal assessorados.
Mas o devaneio dos políticos também encontrou eco nas hostes laranjas. Primeiro foi o antigo primeiro-ministro, Santana Lopes, a comparar o PSD de Marques Mendes a um estado nazi ou estalinista por impedir as candidaturas dos candidatos arguidos. Independentemente de se concordar ou não com essa orientação política da direcção social-democrata, Santana devia perceber que comparar um seu companheiro de partido a um ditador foi politicamente incorrecto e extremamente deselegante. Santana voltou a ficar mal na fotografia, dando mais um tiro no pé, fazendo-nos lembrar os meses atribulados em que foi chefe de um governo de má memória. Ainda no mundo laranja foi Carmona Rodrigues a dar corpo a mais uma cambalhota. Primeiro convocou os jornalistas para lhes dizer que não seria candidato, depois, porque a data das eleições foi alterada, voltou a chamar a imprensa para dizer que, afinal, já era candidato independente à Câmara de Lisboa. Tanta incoerência é mesmo muito difícil de se perceber. Será que Carmona não tem a lucidez de perceber que sob ponto de vista político, depois do que se passou nos últimos meses na Câmara de Lisboa, não tem o mínimo de condições para voltar a exercer o cargo de presidente? Será que o ex-autarca se vai sentir bem no papel de candidato independente contra o partido que o ajudou a eleger há dois anos? Será razão para questionar: a que se deve tanto apego ao poder?
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